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‘O coração está apertado’ diz pai de criança de seis anos morta após agressões |

Roger Fabrizius da Rocha, chegou de Japeri, na Baixada Fluminense, no fim da tarde deste sábado para fazer o reconhecimento e liberação do corpo da filha. “O coração está apertado. Mesmo não sendo um pai muito presente, o que eu pude fazer pela minha filha eu fiz. Eu procurei contato com ela [a mãe da criança], mas não conseguia contato para poder visitar minha filha. Os avós maternos dela também não sabiam o que estava acontecendo. Eu só peço que Deus faça valer a Lei”, disse o pai. 2 de 4 Corpo de menina torturada foi para o IML de Resende — Foto: Anderson Patrick/ TV Rio Sul Corpo de menina torturada foi para o IML de Resende — Foto: Anderson Patrick/ TV Rio Sul A previsão é de que o corpo da menina saia do IML de Resende, vá para Porto Real e seja liberado durante a madrugada. Segundo o pai da criança, o sepultamento será neste domingo (25), no Cemitério Municipal de Engenheiro Pedreira. O enterro será às 14h30. Em nota, a prefeitura de Porto Real informou que vai custear as despesas médicas e o funeral. 3 de 4 Menina de seis anos torturada por madrasta morre após cinco dias internada em Resende — Foto: Redes Sociais Menina de seis anos torturada por madrasta morre após cinco dias internada em Resende — Foto: Redes Sociais Ketelen Vitória Oliveira da Rocha estava internada desde segunda-feira (19), quando chegou ao hospital municipal de Porto Real já em estado gravíssimo. Ela sofreu uma parada cardiorrespiratória depois de apresentar piora no quadro clínico. A mãe da criança, Gilmara Oliveira de Farias, de 27 anos, e a companheira dela, Brena Luane Barbosa, de 25, foram presas em flagrante por tortura depois que a equipe médica desconfiou da versão contada, com base nos ferimentos que a criança apresentava, e acionou as autoridades. Segundo a Polícia Civil, as agressões começaram na sexta-feira (16) e seguiram até a madrugada de segunda, quando a criança “ficou agonizando até amanhecer” e a mãe resolveu chamar o Samu. Ainda de acordo com a polícia, nesse período, a menina não foi devidamente alimentada, recebeu socos, empurrões, pisões, pontapés e sofreu lesões provocadas por um fio de TV, que foi usado como chicote. O fio foi apreendido como instrumento do crime. Além de passar por tudo isso, ela foi jogada de uma altura de sete metros em um matagal. 4 de 4 Local onde a menina foi jogada após ser agredida — Foto: Isabelle Magalhães/TV Rio Sul Local onde a menina foi jogada após ser agredida — Foto: Isabelle Magalhães/TV Rio Sul Na quarta-feira (21), o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) decretou prisão preventiva da mãe e da madrasta da criança. Neste sábado, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária confirmou que as agressoras foram transferidas para um presídio em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Agressões motivadas por ciúmes De acordo com a polícia, a mãe da menina e a companheira confessaram o crime, que teria sido motivado por ciúmes. “A companheira começou a sentir ciúmes da criança, o que foi piorando o relacionamento, até [chegar] agora às agressões”, contou o delegado titular de Porto Real, Marcelo Nunes Ribeiro. “A mãe da criança alega que, por volta de outubro do ano passado, a companheira começou a sentir ciúmes da criança e começou a maltratar tanto a mãe como a criança. Começou a fazer algumas agressões contra a criança, no que veio a culminar, na última sexta-feira, a essa série de agressões”, acrescentou o delegado. Sogra responde por omissão de socorro A sogra da mãe da criança presenciou as agressões que ocorreram ao longo do fim de semana, mas não fez nada. Ela alega que foi ameaçada pela filha caso tentasse fazer algo para socorrer a criança. A mulher, de 50 anos, foi autuada por omissão de socorro e responde em liberdade. Ela ainda contou detalhes das agressões que a menina sofreu. “Minha filha já tinha bebido bastante álcool e falou [à companheira] assim: ‘se você não bater nela [a criança], eu vou bater’. Na hora que eu levantei pra falar ‘não’, minha filha falou: ‘não se mete’. Aí voltei pra trás. Ela pegou a menina e levou pra lá [pra fora da casa]. Aí jogou a menina lá no buraco, de uns sete metros. A mãe dela [criança] tentou segurar ela e caíram as duas. [Depois disso] Ela bateu, bateu e bateu na menina, aí trouxe a menina pra dentro [de casa]”, relatou a sogra. VÍDEO: ‘Ela pegou e jogou a menina pra lá’, diz sogra da mãe de menina de 6 anos agredida no RJ