Categorias
Noticias de Resende

Justiça decreta prisão preventiva de mãe e madrasta de menina torturada em Porto Real |

A Justiça decretou nesta quarta-feira (21) a prisão preventiva da mãe e da madrasta que torturaram uma menina de seis anos em Porto Real (RJ) no último fim de semana. A decisão foi tomada pelo juiz Marco Aurélio da Silva Adania na audiência de custódia realizada nesta tarde, com base na gravidade dos ferimentos sofridos pela criança. No documento publicado no site do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), o juiz considerou que a criança apresenta “hemorragia intracraniana inoperável e sério risco de vir a óbito ou permanecer em estado vegetativo”. A menina continua internada em estado gravíssimo no Neovida, hospital particular de Resende (RJ), cidade vizinha. A criança sofreu lesão neurológica na cabeça grave e está em coma na UTI infantil. As informações sobre o estado de saúde são da assessoria de comunicação da prefeitura de Porto Real, que acompanha o caso. Segundo a Polícia Civil, as agressões começaram na última sexta-feira (16) e seguiram até a madrugada de segunda (19), quando a criança “ficou agonizando até amanhecer” e a mãe resolveu chamar o Samu. Ainda de acordo com a polícia, nesse período, a menina não foi devidamente alimentada, recebeu socos, empurrões, pisões, pontapés e sofreu lesões provocadas por um fio de TV, que foi usado como chicote, além de ser jogada de uma altura de sete metros em um matagal. O fio foi apreendido como instrumento do crime. A criança chegou no hospital em coma. A mãe da menina e a companheira dela foram presas em flagrante depois que a equipe médica do Hospital Municipal de Porto Real desconfiou da versão contada, com base nos ferimentos que a criança apresentava, e chamou a polícia. 1 de 4 Criança agredida em Porto Real recebeu primeiros socorros no Hospital Municipal — Foto: Isabelle Magalhães/TV Rio Sul Criança agredida em Porto Real recebeu primeiros socorros no Hospital Municipal — Foto: Isabelle Magalhães/TV Rio Sul A sogra dela também prestou depoimento e foi autuada por omissão de socorro. Ela, que vai responder em liberdade, alega que foi ameaçada pela filha caso tentasse fazer algo para socorrer a criança. “Escutei ela pegar a menina, batendo na parede, batendo a cabeça da criança na parede, fazendo um barulhão. Eu não podia fazer nada, porque, se eu fizesse, minha filha já tinha avisado: ‘se a senhora sair daqui pra chamar o vizinho pra socorrer, eu vou matar a senhora’. Eu pensei e agora, como eu vou fazer? […] Ela pegou meu celular”. 2 de 4 Local onde a criança dormia — Foto: Isabelle Magalhães/TV Rio Sul Local onde a criança dormia — Foto: Isabelle Magalhães/TV Rio Sul A sogra da mãe da criança deu mais detalhes das agressões que a menina sofria. “A mãe dela ‘corrigiu’, mas não bateu muito não. Só deu uma chinelada e pôs ela [criança] de castigo. Aí minha filha não se contentou. Minha filha já tinha bebido bastante álcool e falou assim: ‘se você não bater nela, eu vou bater’. Na hora que eu levantei pra falar ‘não’, minha filha falou: ‘não se mete’. Aí voltei pra trás. Ela pegou a menina e levou pra lá [pra fora da casa]. Aí jogou a menina lá no buraco, de uns sete metros. A mãe dela [criança] tentou segurar ela e caíram as duas. [Depois disso] Ela bateu, bateu e bateu na menina, aí trouxe a menina pra dentro [de casa].”, relatou a sogra. “[Depois da agressão] Minha filha falou que ia deixar eu levar a menina pro hospital, mas não queria que eu contasse a verdade pro médico. A mãe da criança continuou mentindo para a polícia, dizendo que caiu um caibro na cabeça da criança”. 3 de 4 Local onde a menina foi jogada após ser agredida — Foto: Isabelle Magalhães/TV Rio Sul Local onde a menina foi jogada após ser agredida — Foto: Isabelle Magalhães/TV Rio Sul Agressões motivadas por ciúmes De acordo com a polícia, a mãe da menina e a companheira confessaram o crime, que teria sido motivado por ciúmes. “A companheira começou a sentir ciúmes da criança, o que foi piorando o relacionamento, até [chegar] agora às agressões”, contou o delegado titular de Porto Real, Marcelo Nunes Ribeiro. “A mãe da criança alega que, por volta de outubro do ano passado, a companheira começou a sentir ciúmes da criança e começou a maltratar tanto a mãe como a criança. Começou a fazer algumas agressões contra a criança, no que veio a culminar, na última sexta-feira, a essa série de agressões”, acrescentou o delegado. 4 de 4 Delegacia de Porto Real investiga as agressões contra a menina de seis anos — Foto: Isabelle Magalhães/TV Rio Sul Delegacia de Porto Real investiga as agressões contra a menina de seis anos — Foto: Isabelle Magalhães/TV Rio Sul Investigação em andamento O Conselho Tutelar foi acionado, e o caso continua sendo investigado. Pelo menos oito pessoas haviam sido ouvidas, entre elas as suspeitas e testemunhas como policiais militares e guardas municipais. A polícia informou ainda que conseguiu uma cópia do boletim médico do Hospital de Porto Real que constatava diversas lesões e que coletou informações com a equipe médica que ofereceu os primeiros socorros. Além disso, a polícia confirmou que a companheira da mãe já tinha antecedentes criminais por lesão corporal e dano a patrimônio público. Criança torturada pela mãe e madrasta em Porto Real continua internada