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Presidente da Câmara Municipal vai assumir prefeitura de Itatiaia após afastamento do prefeito interino |

O presidente da Câmara Municipal, Silvano Rodrigues da Silva (PRB), vai assumir a prefeitura de Itatiaia (RJ) depois que o prefeito interino, Imberê Moreira Alves, foi afastado. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (10) pela assessoria da Câmara Municipal. Segundo a assessoria, a posse de Vaninho, como Silvano é conhecido, deve ser realizada ainda nesta quinta com transmissão virtual. A definição de quem assumiria o cargo de prefeito aconteceu após decisão judicial expedida na quarta-feira (9) recomendando que “a sucessão do cargo de Chefe do Poder Executivo do Município de Itatiaia ocorra nos moldes fixados no artigo 33, parágrafo único, da Lei Orgânica do Município”. “A Lei Orgânica do Município de Itatiaia, em seu artigo 33, prevê o seguinte: ‘Em caso de impedimento do Prefeito e do Vice-Prefeito, ou vacância dos respectivos cargos, será chamado ao exercício do cargo de Prefeito o Presidente da Câmara Municipal’ “, diz o documento. Itatiaia estava sem prefeito desde terça-feira (8), quando Imberê foi afastado por “gravíssimos atos de improbidade administrativa” durante uma operação do Ministério Público do Rio de Janeiro. A ação fez parte da segunda fase da operação Apanthropía, que apura fraudes no governo municipal. Imberê havia assumido interinamente a prefeitura de Itatiaia depois que o então prefeito eleito, Eduardo Guedes, (PSC), teve a candidatura indeferida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em janeiro deste ano. Além dele, na terça-feira, outros quatro funcionários públicos foram afastados de seus cargos durante a operação do MPRJ. 2 de 3 Imberê Moreira Alves — Foto: Reprodução/TV Rio Sul Imberê Moreira Alves — Foto: Reprodução/TV Rio Sul “As investigações demonstraram que o prefeito interino aparelhou diversas secretarias do município, aumentando ainda mais o alcance da organização criminosa em questão, antes restrita à Secretaria de Saúde, para outras secretarias municipais”, explica o MPRJ. Também foram alvos da ação o chefe de gabinete, Fábio Alves Ramos, e os secretários municipais de Saúde, Raphael Figueiredo Pereira, de Educação, Kézia Macedo dos Santos Aleixo, e de Administração, Gustavo Ramos da Silva. Além das ordens de afastamento, foram expedidos mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao prefeito e aos gabinetes dos outros agentes públicos, além da ordem de bloqueio de bens dos investigados. Segundo o MPRJ, na casa de Imberê, em Resende, cidade vizinha, foram encontrados R$ 54 mil e 1,5 mil dólares, além de um revólver calibre 38 e munições. Foram cumpridos todas as ordens de afastamento. Como a arma não tinha registro, de acordo com os agentes, o prefeito foi conduzido à delegacia de Resende, onde foi feito um boletim de ocorrência. Segundo a Polícia Civil, ele foi autuado por posse ilegal de arma de fogo, pagou fiança e vai responder em liberdade. 3 de 3 MPRJ cumpre ordem de afastamento do prefeito interino de Itatiaia — Foto: Divulgação/MPRJ MPRJ cumpre ordem de afastamento do prefeito interino de Itatiaia — Foto: Divulgação/MPRJ Nesta quarta-feira, a produção do RJTV voltou a entrar em contato com os alvos da operação de terça. Por telefone, Raphael Figueiredo, secretário de Saúde de Itatiaia, disse que, por orientação jurídica não vai se pronunciar por enquanto. Já o prefeito interino Imberê, a secretária de Educação, Kézia Macedo dos Santos Aleixo, o chefe de gabinete, Fabio Ramos, e o secretário de Administração, Gustavo Ramos da Silva, não atenderam as ligações. Primeira fase da operação A primeira fase da operação Apanthropía foi realizada no fim de abril deste ano, quando o secretário de Saúde de Itatiaia, Marcos Vinícius Gomes, e outras quatro pessoas foram presas, em ação conjunta da Polícia Civil do RJ e do Gaeco do Ministério Público do Rio de Janeiro. Na ocasião, a força-tarefa apurou que houve fraudes na aquisição por parte da administração municipal de equipamentos de proteção individual (EPIs) para uso hospitalar — usados na pandemia de Covid. O prejuízo chegou a R$ 3 milhões, “decorrente de sobrepreço, superfaturamento e ausência de entrega dos bens pagos”.