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Justiça nega liberdade de suspeita de envolvimento na morte de menina de seis anos, torturada em Porto Real |

A Justiça indeferiu o pedido de habeas corpus feito pela defesa de Rosângela Nunes, de 50 anos, suspeita de ter se omitido nos eventos que levaram à morte da menina Ketelen Vitória Oliveira da Rocha, de 6 anos. A menina foi espancada e torturada por dias pela mãe Gilmara Oliveira de Farias, de 27 anos, e a pela madrasta Brena Luane Nunes, de 25, namorada de Gilmara e filha de Rosângela. O crime aconteceu em Porto Real (RJ). Rosângela responde por omissão, por não ter interferido quando a menina sofreu a violência. De acordo com a denúncia, feita pelo Ministério Público, Rosângela “concorreu eficazmente para a produção do resultado morte, já que se omitiu quando deveria agir, uma vez que desempenhava cuidados diários para a menor, oferecendo abrigo e alimentação eventual à vítima”. A defesa de Rosângela alegou no pedido, feito em segunda instância, que ela “não havia concorrido para o evento criminoso” em que a menor foi vítima e pediu o relaxamento da prisão e a expedição de um alvará de soltura. A solicitação, no entanto, foi negada pelos desembargadores do Tribunal de Justiça do RJ. Esta foi a segunda vez que a Justiça negou um pedido de liberdade de Rosângela. Em junho, a Vara Criminal de Porto Real indeferiu, em primeira instância, um pedido similar feito pela defesa da mãe da madrasta da criança. 1 de 3 Menina de seis anos torturada por madrasta morre após cinco dias internada em Resende — Foto: Redes Sociais Menina de seis anos torturada por madrasta morre após cinco dias internada em Resende — Foto: Redes Sociais O crime chegou ao conhecimento da Polícia Civil em abril de 2021. Segundo as investigações, a criança foi agredida e torturada, entre os dias 16 e 18 do mesmo mês. A mãe, a madrasta e a sogra da mãe moravam na mesma casa junto com a criança. Ainda de acordo com a polícia, nesse período, a menina não foi devidamente alimentada, recebeu socos, empurrões, pisões, pontapés e sofreu lesões provocadas por um fio de TV, que foi usado como chicote. O fio foi apreendido como instrumento do crime. Além de passar por tudo isso, ela foi jogada de uma altura de sete metros em um matagal. Na madrugada de segunda (19), a criança “ficou agonizando até amanhecer” e o Samu foi acionado. 2 de 3 Local onde a menina foi jogada após ser agredida — Foto: Isabelle Magalhães/TV Rio Sul Local onde a menina foi jogada após ser agredida — Foto: Isabelle Magalhães/TV Rio Sul Antes que o Samu chegasse, as agressoras combinaram uma versão de que a menina teria se machucado em um mourão — tronco utilizado para estender arames. No entanto, ao chegar na unidade, a história foi desmentida diante da gravidade das lesões. Segundo o Ministério Público, as agressões ocorreram porque a menina teria bebido, sem autorização da mãe e da madrasta, uma caixa de leite que havia caído no chão. Na quarta-feira (21), o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) decretou prisão preventiva da mãe e da madrasta da criança. A decisão foi tomada pelo juiz Marco Aurélio da Silva Adania na audiência de custódia realizada com base na gravidade dos ferimentos sofridos pela menina. Ketelen chegou a ser transferida em estado grave para um hospital particular de Resende, no entanto, na madrugada de sábado (24), a menina sofreu uma parada cardíaca e não resistiu. Agressões motivadas por ciúmes 3 de 3 Local onde a criança dormia — Foto: Isabelle Magalhães/TV Rio Sul Local onde a criança dormia — Foto: Isabelle Magalhães/TV Rio Sul De acordo com a polícia, a mãe da menina e a companheira confessaram o crime, que teria sido motivado por ciúmes. “A companheira começou a sentir ciúmes da criança, o que foi piorando o relacionamento, até [chegar] agora às agressões”, contou o delegado titular de Porto Real, Marcelo Nunes Ribeiro. Ao longo da investigação, a polícia confirmou ainda que Gilmara já tinha antecedentes criminais por lesão corporal e dano a patrimônio público. As duas estão presas em um presídio em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.